Por Maria Paula Albernaz
Professora e Coordenadora Adjunta de Extensão da FAU/UFRJLamentei profundamente a ausência de alunos da FAU nas mesas de debate e lançamento do Concurso de Idéias “Reordenação Espacial dos Pilotis da FAU”, durante o evento dos 65 anos da FAU.
As apresentações e discussões nas duas mesas de debate foram do maior interesse. Na primeira, sobre os desafios para a nova geração de arquitetos do século XXI, o arquiteto argentino Claudio Vekstein – que ensina em universidades americana e argentina – nos mostrou projetos de tanta qualidade e inovação quanto de alguns dos maiores arquitetos da atualidade.
Lembrei-me do pedido de um bolsista para apresentação do arquiteto Santiago Calatrava. Será que seria mais interessante? Penso que não, pois o nosso colega argentino tem como vantagens entender melhor o contexto latino americano e inserir a Arquitetura na Cidade.
A apresentação de Vekstein nos remeteu a teorias e preceitos da Arquitetura que orientaram a concepção dos seus projetos. O arquiteto Pedro Rivera, jovem talento carioca, também estava na primeira mesa, com uma reflexão acurada sobre as oportunidades futuras para as novas gerações de arquitetos e uma interessante apresentação sobre as redes de informações entre cidades coordenadas pela Universidade de Columbia, nos EUA.
Na 2ª mesa, sobre o ensino de arquitetura e urbanismo no século XXI, destacou-se a emocionante apresentação do Prof. Ciro Pironde, da Escola da Cidade, em São Paulo. O arquiteto José Kós, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, mostrou as possibilidades de uma abordagem para o ensino, sustentável e inserida nas novas tecnologias.
No lançamento do Concurso de Idéias, os alunos teriam a chance de conhecer melhor o Plano Diretor da UFRJ 2020, em uma apresentação do Prof. Pablo Benetti. Lembrei-me das reclamações já feitas por alunos da falta de discussão das suas propostas com os estudantes!
Na seqüência, o Prof. Paulo Jardim, por meio de brincadeiras, deu uma verdadeira “aula” sobre o prédio da FAU e sobre modernismo.
Mesmo considerando os “boicotes” ao evento por professores – que deram prova, marcaram TFG e outras atividades que exigiam os alunos em sala de aula -, é difícil acreditar que apenas pouco mais de 30 alunos dos 1.300 inscritos na FAU, tenham tido disponibilidade de assistir às atividades dos 65 anos da FAU.
Realmente, foi uma pena!!
5 comentários:
Prezada Paula.
Creio que houve um erro estratégico na marcação da data. Nossa escola funciona em um ritmo que é determinado por bancas finais e intermediárias dos TIs e TFG. O evento ocorreu faltando poucos dias para todas as finais. Marcar nesta data foi uma temeridade, ao meu ver.
Não creio que os professores tenham boicotado. Todas as datas já estavam marcadas desde o começo do período. Não havia margem para manobras.
Não creio que toda a explicação para a ausência dos alunos esteja aí. Mas isso não pode ser ignorado.
Grande abraço
Luiz Felipe
Acho que devemos tentar ouvir mais a canção que a reitoria canta.
Tentar mais entender a dinâmica de funcionamento do nosso prédio, com todos os agentes que fazem parte dela, suas contradições e dificuldade. A semana da FAU, como todo o resto, é um ótimo indicador do que está ruim e deve melhorar. Para cada camada e pra cada um idividualmente.
Abraços,
Adriano Martins
concor com o luis e o adriano, a data foi muito complicada, pois foi entre as bancas finais e as entregas de TI
Também creio que o grande problema, que serve de justificativa para a ausência dos alunos, foi a escolha da data.
Uma pena. Teria sido muito bom participar. Infelizmente, não deu...
O problema da falta de alunos é recorrente. Eu como aluna, muitas vezes me sinto dividida entre aulas, palestras, curso e estágio. Acho que isso mostra por um lado a falta de articulação entre professores e a Universidade e por outro uma falha do sistema que acaba obrigando a gente se engajar no mercado de trabalho muito cedo.
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