segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Uma avaliação da comemoração dos 65 Anos da FAU: Onde estavam e o que querem os alunos?

Por Maria Paula Albernaz
Professora e Coordenadora Adjunta de Extensão da FAU/UFRJ

Lamentei profundamente a ausência de alunos da FAU nas mesas de debate e lançamento do Concurso de Idéias “Reordenação Espacial dos Pilotis da FAU”, durante o evento dos 65 anos da FAU.
As apresentações e discussões nas duas mesas de debate foram do maior interesse. Na primeira, sobre os desafios para a nova geração de arquitetos do século XXI, o arquiteto argentino Claudio Vekstein – que ensina em universidades americana e argentina – nos mostrou projetos de tanta qualidade e inovação quanto de alguns dos maiores arquitetos da atualidade.
Lembrei-me do pedido de um bolsista para apresentação do arquiteto Santiago Calatrava. Será que seria mais interessante? Penso que não, pois o nosso colega argentino tem como vantagens entender melhor o contexto latino americano e inserir a Arquitetura na Cidade.    
A apresentação de Vekstein nos remeteu a teorias e preceitos da Arquitetura que orientaram a concepção dos seus projetos. O arquiteto Pedro Rivera, jovem talento carioca, também estava na primeira mesa, com uma reflexão acurada sobre as oportunidades futuras para as novas gerações de arquitetos e uma interessante apresentação sobre as redes de informações entre cidades coordenadas pela Universidade de Columbia, nos EUA.
Na 2ª mesa, sobre o ensino de arquitetura e urbanismo no século XXI, destacou-se a emocionante apresentação do Prof. Ciro Pironde, da Escola da Cidade, em São Paulo. O arquiteto José Kós, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, mostrou as possibilidades de uma abordagem para o ensino, sustentável e inserida nas novas tecnologias.
No lançamento do Concurso de Idéias, os alunos teriam a chance de conhecer melhor o Plano Diretor da UFRJ 2020, em uma apresentação do Prof. Pablo Benetti. Lembrei-me das reclamações já feitas por alunos da falta de discussão das suas propostas com os estudantes!
Na seqüência, o Prof. Paulo Jardim, por meio de brincadeiras, deu uma verdadeira “aula” sobre o prédio da FAU e sobre modernismo.    
Mesmo considerando os “boicotes” ao evento por professores – que deram prova, marcaram TFG e outras atividades que exigiam os alunos em sala de aula -, é difícil acreditar que apenas pouco mais de 30 alunos dos 1.300 inscritos na FAU, tenham tido disponibilidade de assistir às atividades dos 65 anos da FAU.
Realmente, foi uma pena!!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A Fenomenologia do Terremoto transformada em Arquitetura

Por Vitor Halfen

 Em 27 de fevereiro de 2010, um terremoto de 8.8 graus atingiu o Chile e provocou a morte de mais de 700 pessoas. Recém chegados à capital Santiago, os intercambistas brasileiros Diego Ramos, Lucas Ramos e Paula Cristina Silva sentiram na pele os efeitos e as grandes dificuldades enfrentadas por todas as vítimas do tremor. Nas mãos dos três esse rico arsenal de experiências se transformou, ao longo de quase um ano de atividades acadêmicas na Universidad de Chile, em um projeto de readequação dos espaços públicos para que ofereçam suporte à população durante catástrofes como a desse ano.


Segundo Diego, a idéia inicial do projeto nasceu da vivência coletiva na noite do terremoto na Plaza de La Constitución, no centro de Santiago, local para onde os habitantes convergiram em busca de informação, comunicação e contato com outras pessoas. “A gente passa a vida inteira buscando o nosso espaço, o nosso piso e quando acontece uma catástrofe o que a gente mais quer é estar em um espaço coletivo, em terra firme, pra compartilhar as nossas experiências e ver que não é só a gente que está passando por aquilo.”